terça-feira, 29 de julho de 2008

Politica não é brincadeira


Quem votaria em um político que é comprovadamente corrupto? Ou que pudesse ter comprometimento com o tráfico?

Um acontecimento ocorrido no último sábado, quando fotógrafos de três jornais que acompanhavam campanha politica em uma favela no Rio de Janeiro foram obrigados por traficantes, um deles armado de fuzil, a apagar imagens de suas câmeras, mostra que o risco é cada vez maior.

Concordamos que a política sempre foi usada pelos vilões, ao longo da história humana, em todos os cantos do mundo. Talvez não de maneira tão escancarada. Falar em candidatos que poderiam apoiar poderes paralelos ligados ao crime é assustador. Mas é uma decorrência do descaso com a probidade de candidatos.

O problema é que no âmbito político todo mundo é inocente, mesmo com prova em contrário. A dificuldade dos processos reside não apenas no âmbito individual de um faltoso, mas no próprio sistema. Como negar que muitos votos elegem candidatos que estariam enquadrados nessa categoria?

Falamos não de políticos que poderiam ser vítimas de denúncias vazias, “surgidas” convenientemente no calor da disputa eleitoral, onde a comprovação do ato corrupto não aconteceu. Coisa aliás, que nos últimos tempos tornou-se comum e não deixa de ser também um ato ilegal. Ao contrário do determina nossas leis, quando o crivo é o governo, todos são culpados até prova contrária! O objetivo é balbudiar e desviar a atenção da verdadeira corrupção.

Mas e no caso de candidatos com histórico de corrupção, políticos profissionais que durante décadas mantiveram o que hoje se convencionou chamar de “corrupção endêmica brasileira”?

Ouvimos sobre a carta do Rio, onde presidentes de 26 tribunais regionais eleitorais do país reafirmam a indicação de que juizes eleitorais avaliem a vida pregressa dos pré-candidatos. Mas o Tribunal Superior Eleitoral aceitou a candidatura de polilicos que respondem a processos, considerando que ainda não houve uma decisão da Justiça a respeito de sua culpabilidade.

Contradições. Quem entende isso?

Somos todos frágeis e vulneráveis ao jogo político. O problema todo reside em um fator provável: o eleitor brasileiro desconhece o que é política, usando de recursos fictícios para o voto e a opinião eleitoral. Vota por simpatia, não vota por antipatia, vota “no susto” (influenciado por outras opiniões, mas sem conscientizar o motivo da escolha) ou vota com “paixão” (do mesmo jeito que torce por times de futebol) na busca de aceitação em seu grupo comunitário

Esse fato é magnificamente utilizado pela mídia política, na manipulação de situações que o eleitor médio brasileiro desconhece.

Por esse motivo, a corrupção se torna um mal “provável”, ou seja, se não há conhecimento do que é política e das responsabilidades e ação de um político eleito, há dificuldade em materializar o entendimento da realidade da corrupção no Congresso, nos governos do Estado e nas prefeituras. Até chegar a esse ponto: poderes paralelos nas instituiçõoes!